quinta-feira, 22 de abril de 2010

Performance: És Louco ou Sonhador ?


Duas semanas de performance e experimentalismos no bar Loucos e Sonhadores ( Bairro Alto).

E Tu, és Louco ou Sonhador?
Residência para nós mesmos - por Tânia Pinto e Gil Dionísio



Sexta-feira - dia 23Abril - 23h às 24h
Apresentação ao público - És Louco ou Sonhador?
Conversa de mesa e sonoridade (in)adequada

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Terça-feira - dia 27Abril - 23h às 24h
Dualidade I
Conforto / Desconforto



Quinta-feira - dia 29Abril - 23h às 24h
Dualidade II
Estática / Movimento



Sábado - dia 1Maio - 23h às 24h
Dualidade III
Razão / Emoção

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Segunda-Feira - dia 3Maio - 23h às 24h
A Anunciar.


Quarta-Feira - dia 5Maio - 23h às 24h
Finale, as respostas.
Eu sou Louco e Sonhador ( ? )

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"Numa travessa discreta que faz esquina com a Rua da Rosa fica este bar acolhedor: uma boa opção quando a ideia é mais conversar do que dançar. À entrada é possível consultar, ler e até trocar livros. A decoração do espaço é do mais heterogéneo que se possa imaginar (as paredes estão repletas de objectos (desde quadros a cachimbos marroquinos), mas no geral cria um ambiente quente e confortável, que convida a tertúlias até horas tardias. Os preços são simpáticos e o horário alargado, o que são mais boas razões para fazer deles um dos cantinhos mais apetecíveis do Bairro Alto."


Localização
Travessa do Conde de Soure 2 - Lisboa
1200-119 LISBOA ( Bairro Alto)



http://www.lifecooler.com/edicoes/lifecooler/desenvRegArtigo.asp?reg=401001

segunda-feira, 29 de março de 2010

Teatro: Maria Gil Está A Receber Cartas!

Durante os meses de Abril e Maio de 2010, Maria Gil está a receber cartas. Escreva, segrede, sussurre, desabafe, grite ou confesse mas escreva para:


Rua Maria Brown, n.7, 6G
1500-430 Lisboa
Portugal

_esta iniciativa insere-se na primeira fase de um projecto de teatro a apresentar ainda durante o ano de 2010.

do que espera?


http://www.teatrodosilencio.blogspot.com/

terça-feira, 9 de março de 2010

Cinema & Exposição: João César Monteiro!





"Todos os pretextos são bons para se voltar ao cinema de João César Monteiro"

No dia 2 de Março iniciara-se no Convento dos Cardaes a exposição "Assim e não Assado", titulo inspirado na célebre intervenção do cineasta quando um jornalista perguntara ao mesmo porque fizera o filme "Branca de Neve" assim, ao que ele responde, "porque não fiz assado". A exposição, aberta até ao dia 2 de Abril, é uma exposição de artes visuais, da instalação ao desenho e à fotografia, onde artistas como Ana Jotta, Francisco Vidal, Pedro Gomes, Ramiro Guerreiro e Rita Magalhães se inspiram na obra de João César Monteiro para poder estender a partir das suas próprias interpretações o brilhante mundo de João César Monteiro.

Associada a esta exposição está a Cinemateca, Museu do Cinema, onde de dia 8 a dia 12 (Março) serão exibidos alguns dos nomes mais marcantes da obra do realizador português, a acompanhar as apresentações cinematográficas do cineasta, estarão presentes para comentar essas mesmas apresentações, personalidades que acompanharam ou tiveram contacto directo com o realizador na sua vida e caminho no cinema. Assim, temos a poesia traduzida em imagem em movimento do realizador na cinemateca durante cinco dias, e até a Abril algumas possíveis interpretações dessa mesma poesia no Convento dos Cardaes.

Cinemateca Portuguesa:

Seg. dia 8 - 22h, Sala Luís de Pina
Sophia de Mello Breyner Andresen
1969, 17min

Quem espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço
1971, 33min

sessão comentada por João Fernandes, Maria Velho da Costa (a confi rmar) e Jorge Silva Melo

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Ter. dia 9 - 22h, Sala Luís de Pina
Recordações da Casa Amarela
1989, 119min

sessão comentada por Ramiro Guerreiro e João Nicolau

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Qua. dia 10 - 22h, Sala Luís de Pina
A Comédia De Deus
1995, 165min

sessão comentada por Francisco Vidal, Maria Andresen e Paulo Filipe Monteiro

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Qui. dia 11 - 22h, Sala Luís de Pina
Branca de Neve
2000, 72min

sessão comentada por Pedro Gomes e Manuel Gusmão

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Sex. dia 12 - 22h, Sala Luís de Pina
Vai e Vem
2003, 179min

sessão comentada por Rita Magalhães, Manuela de Freitas e Paulo Branco

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Exposição de Artes visuais João Cesar Monteiro "Assim e Não Assado"
Convento dos Cardaes, Lisboa, Rua de O Século, 123
de 2 Março a 2 de Abril, das 14h30 às 17h3o


http://www.cinemateca.pt/imgs/programacao/jcm.pdf

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Cinema: Antichrist !




O desdém por aquilo que existe, de uma forma (quase) universal, é sempre problemático, mas se o titulo do mais recente filme de Lars Von Trier vem do nome do livre de Nietzsche o Anticristo, tal facto suporta com maior fervor essa ideia de que, apesar de esse desdém (quase) universal ser problemático, acaba por vezes (tal como acontece no próprio Nietzsche, mesmo que tantas vezes fale sem fundamento, por outras consegue apontar sérios problemas e traços que deviam receber uma outra atenção, mesmo que a causa inicial que despertou tal reparo seja, enfim, esse desdém) dar o seu melhor fruto, o encontro daquilo que há de pior no outro, e Lars Van Trier consegue-o, e o outro é relatado no seu maior esplendor: na brutalidade que o caracteriza, em todas as formas e vias, acima de tudo, essa realidade traduzida em imagem em movimento, tão realista quanto possível.

A maior arte de Von Trier encontra-se naquilo que se poderá considerar a mensagem de Anticristo, e curiosa, ou ironicamente, é aquela que mais tem sido ou mal interpretada ou não interpretada de todo, poucos tem sido os críticos, e publico em geral que tem filtrado aquilo que Von Trier poderá querer dizer, uma vez que das duas uma, ou consideram o filme como chocante ou horrível de todo pelo seu material de maior desconforto ou então como "a film best viewd with reason switched off", quando, este é talvez um dos melhores filmes em que o realizador manifestou o campo do simbólico ou no que toca a uma moral, como exemplo, a raposa que fala que tanto provocou gargalhadas e motivos de galhofa por parte do publico, mas que existe puramente como parte do simbolismo do realizador, continuando na raposa, que esta sirva o gosto de cada um, que se riem ou não, mas não há como refutar que é linear a linha que o realizador começa a traçar desde o inicio do filme, desde aquele todo luto atípico à sua consequência última tipicamente medieval, e é aqui que queria chegar. Este estado atípico, que desencadeia toda a brutal (no seu sentido literal) narrativa, encontra a sua maior ironia quando um luto que é atípico provoca à primeira vista um conjunto de acções e situações que não o são menos atípicas, a verdade é que olhando para os o mundo não cinematográfico, para os títulos de qualquer jornal ou telejornal, seja ele qual for, e o anticristo de Lars Von Trier deixa de parecer tão grotesco, claro que aqui entramos na zona do deserto do real como diria Slavok Zizek, e a verdade é que tantos títulos, disso do grotesco, que tem passado por nós ao longo dos anos (cada vez mais e cada vez com mais regularidade, o que faz surgir a questão, ou estão os media mais dedicados ao assunto ou o próprio assunto se tornou mais popular entre as nossas gentes modernas?) que tal grotesco, tal estado de desconforto passa a ser normal, isto é, pelo menos enquanto este se passa nas letras gordas do jornal, mas Von trier através de algum do expressionismo que caracteriza anticristo, apresenta-nos aquele desconforto que por norma só nos é dado a pensar enquanto algo de outra realidade que não a nossa que é essa do jornal, da televisão e da noticia do outro que não nós, em Anticristo, o desconforto é oferecido na primeira pessoa, tanto psicologicamente como fisicamente e aí encontra-se a poética do realizador e aquela que está a ficar distorcida por se apresentar de uma forma não tão agradável como gostaríamos, assim, em vez de ser lida a narrativa (por tantos considerada confusa) do realizador, é tomada como grotesco se não ridicularizada e como sensacional e com o único mote de proporcionar choque, uma das leituras possíveis, e aquela que pouco tem sido tomada em conta, é que esse grotesco é o culminar do realismo que é Anticristo, o relatar do movimento social moderno, que acima de tudo é isso mesmo, brutalidade traduzida nas suas mais diversas formas, sejam estas emocionais, morais ou económicas, não estou aqui a apontar Anticristo como outro filme de George A. Romero e o seu papel de metáfora enquanto critica à sociedade, não julgo que seja esse o objectivo de Von Trier, mas sim a apresentação de um conto de algo que existe, de algo que pertence no seu todo ao campo do possível, e que se há algo que existe em Anticristo é racionalidade, uma causa efeito de seres que reagem e protegem as suas carências e complexos através da psicose ultima que é essa que é conduzida pelo desespero. Um caso onde os extremos acontecem, e se há algo que se pode afirmar dos dias que correm é que estamos numa era de extremos, por isso mesmo, o choque de Anticristo não é uma peça que necessita de um filtro mas talvez uma chamada de atenção para o filtro para o grotesco que nos circunda.

Para concluir, Mastepiece ou mais uma película de violência gratuita? que se deixe a subjectividade de cada um falar, mas que se tenha em conta que se tomarmos o choque de Anticristo como gratuito, muito mais desta forma moderna de ser deveria ser repensada, caso contrário, a excelência com que o conto de Von Trier se apresenta dá provas que este seja um dos seus maiores produtos artísticos, do som, à imagem, a eloquência e coerência de planos que dão transcendem muito do que têm saído no grande ecrã, muito possivelmente um dos filmes do ano, seja este para uma minoria como dizem uns, seja este, apenas um produto da perversão do realizador dinamarquês.

http://www.imdb.com/title/tt0870984/

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Música: Pucarinho!





O acústico de agora que conta as historias de ontem e de amanhã!

Hoje descobri Pucarinho, e com essa descoberta um alento que não encontrava desde há algum tempo, patriotismos à parte, mas isto de termos cultura, de poder explorar o ser português, à muito que vinha a cair na dúvida no que toca à sua produtividade, hoje mostraram-me que ainda há mais (desculpem-me a expressão, mas porra, há sempre mais!), muito mais a explorar. Primeiro os trovadores de Abril, depois a Banda do Casaco, e hoje: Pucarinho!

Mas não coloquemos Pucarinho apenas como um anão aos ombros desses gigantes outros que cantaram aquilo que nos marca a nós povo descendente de Camões, e não ficaremos demasiado presos ao ser Português, porque até nisso Pucarinho se sabe colocar, mas comecemos do início:

Segundo consta, de amigo que conta a amigo, Pucarinho, ou melhor, Luís Pucarinho, enfiou-se em casa, deixa crescer a barba e com uma mão cheia de amigos que têm em comum música no nome, gravam uma outra mão cheia de excertos que agradam ao ouvido: mesmo ao lado da praça do giraldo, para quem não o sabe, (eu também não o sabia), coração de Évora! Para uns tantos transeuntes e outros que lá estavam por vontade própria, o "Paloma's Spot" é o terraço que presencia a estreia de Pucarinho (Pucarinho que já em outros tempos fora conhecido por um outro excelente projecto http://www.myspace.com/sonsdecamusica Sons de Cá). E assim o árido Alentejo projecta a vontade e as histórias que já cá faltavam ser cantadas, porque os que as contam por aqui, ora ficaram para lá ontem ou então falam de depois e se esquecem que existiu realmente um ontem, e os que restam cedem com facilidade a isso que é uma conversa de novela e de futebol; Pucarinho ergue-se então como um conjunto de rapaziada que trata o folk, o blues, o jazz, isso da música erudita, tudo no mesmo molho de equações musicais, com uma eloquência e simplicidade que surpreende o velho e levita o novo, por uma simples razão, algo que nos é, a todos, o português, o francês, o miúdo do circo ou o empresário do saldanha, que nos é, incrivelmente familiar, e refrescante para os que pensam e os que só querem bailar, meus caros, é com grande gosto que encontro no mesmo molde os trovadores, os da crítica, os do povo, os da valsa e aqueles que sabem fazer musica como gente grande.

A sua formação encontra André Penas na viola de arco, Daniel Meliço na bateria, Luís Pucarinho na Guitarra Clássica e voz, José Silva no Trombone Baixo e Zeps na Guitarra Folk, a acrescentar um timbre que dá gosto receber em casa pela voz de Luis Pucarinho, e uns fraseados no que toca ao sopro e à viola de arco que ora nos lembram que o século XXI já cá está há algum tempo, ora acompanham as excelentes letras num ênfase ao conteúdo nada ingénuo das palavras de Pucarinho. Que mais dizer? O ep está a chegar (com a colaboração de músicos como Afonso Castanheira no contrabaixo e Francisco Andrade no Saxofone Tenor) e é acompanhar o myspace para saber das noticias, entretanto, ora que se vá para a calçada da rua escutar as pombas ao som de Luís e os seus companheiros, que se arme a mesa para o vinho e o jornal e se bata o pé enquanto se cruza a perna, ou então que se dance, porque, Pucarinho oferece bastantes motivos para dançar!


http://www.myspace.com/pucarinho