quinta-feira, 22 de abril de 2010

Performance: És Louco ou Sonhador ?


Duas semanas de performance e experimentalismos no bar Loucos e Sonhadores ( Bairro Alto).

E Tu, és Louco ou Sonhador?
Residência para nós mesmos - por Tânia Pinto e Gil Dionísio



Sexta-feira - dia 23Abril - 23h às 24h
Apresentação ao público - És Louco ou Sonhador?
Conversa de mesa e sonoridade (in)adequada

--

Terça-feira - dia 27Abril - 23h às 24h
Dualidade I
Conforto / Desconforto



Quinta-feira - dia 29Abril - 23h às 24h
Dualidade II
Estática / Movimento



Sábado - dia 1Maio - 23h às 24h
Dualidade III
Razão / Emoção

--

Segunda-Feira - dia 3Maio - 23h às 24h
A Anunciar.


Quarta-Feira - dia 5Maio - 23h às 24h
Finale, as respostas.
Eu sou Louco e Sonhador ( ? )

.


"Numa travessa discreta que faz esquina com a Rua da Rosa fica este bar acolhedor: uma boa opção quando a ideia é mais conversar do que dançar. À entrada é possível consultar, ler e até trocar livros. A decoração do espaço é do mais heterogéneo que se possa imaginar (as paredes estão repletas de objectos (desde quadros a cachimbos marroquinos), mas no geral cria um ambiente quente e confortável, que convida a tertúlias até horas tardias. Os preços são simpáticos e o horário alargado, o que são mais boas razões para fazer deles um dos cantinhos mais apetecíveis do Bairro Alto."


Localização
Travessa do Conde de Soure 2 - Lisboa
1200-119 LISBOA ( Bairro Alto)



http://www.lifecooler.com/edicoes/lifecooler/desenvRegArtigo.asp?reg=401001

segunda-feira, 29 de março de 2010

Teatro: Maria Gil Está A Receber Cartas!

Durante os meses de Abril e Maio de 2010, Maria Gil está a receber cartas. Escreva, segrede, sussurre, desabafe, grite ou confesse mas escreva para:


Rua Maria Brown, n.7, 6G
1500-430 Lisboa
Portugal

_esta iniciativa insere-se na primeira fase de um projecto de teatro a apresentar ainda durante o ano de 2010.

do que espera?


http://www.teatrodosilencio.blogspot.com/

terça-feira, 9 de março de 2010

Cinema & Exposição: João César Monteiro!





"Todos os pretextos são bons para se voltar ao cinema de João César Monteiro"

No dia 2 de Março iniciara-se no Convento dos Cardaes a exposição "Assim e não Assado", titulo inspirado na célebre intervenção do cineasta quando um jornalista perguntara ao mesmo porque fizera o filme "Branca de Neve" assim, ao que ele responde, "porque não fiz assado". A exposição, aberta até ao dia 2 de Abril, é uma exposição de artes visuais, da instalação ao desenho e à fotografia, onde artistas como Ana Jotta, Francisco Vidal, Pedro Gomes, Ramiro Guerreiro e Rita Magalhães se inspiram na obra de João César Monteiro para poder estender a partir das suas próprias interpretações o brilhante mundo de João César Monteiro.

Associada a esta exposição está a Cinemateca, Museu do Cinema, onde de dia 8 a dia 12 (Março) serão exibidos alguns dos nomes mais marcantes da obra do realizador português, a acompanhar as apresentações cinematográficas do cineasta, estarão presentes para comentar essas mesmas apresentações, personalidades que acompanharam ou tiveram contacto directo com o realizador na sua vida e caminho no cinema. Assim, temos a poesia traduzida em imagem em movimento do realizador na cinemateca durante cinco dias, e até a Abril algumas possíveis interpretações dessa mesma poesia no Convento dos Cardaes.

Cinemateca Portuguesa:

Seg. dia 8 - 22h, Sala Luís de Pina
Sophia de Mello Breyner Andresen
1969, 17min

Quem espera por Sapatos de Defunto Morre Descalço
1971, 33min

sessão comentada por João Fernandes, Maria Velho da Costa (a confi rmar) e Jorge Silva Melo

---

Ter. dia 9 - 22h, Sala Luís de Pina
Recordações da Casa Amarela
1989, 119min

sessão comentada por Ramiro Guerreiro e João Nicolau

---

Qua. dia 10 - 22h, Sala Luís de Pina
A Comédia De Deus
1995, 165min

sessão comentada por Francisco Vidal, Maria Andresen e Paulo Filipe Monteiro

---

Qui. dia 11 - 22h, Sala Luís de Pina
Branca de Neve
2000, 72min

sessão comentada por Pedro Gomes e Manuel Gusmão

---

Sex. dia 12 - 22h, Sala Luís de Pina
Vai e Vem
2003, 179min

sessão comentada por Rita Magalhães, Manuela de Freitas e Paulo Branco

.

Exposição de Artes visuais João Cesar Monteiro "Assim e Não Assado"
Convento dos Cardaes, Lisboa, Rua de O Século, 123
de 2 Março a 2 de Abril, das 14h30 às 17h3o


http://www.cinemateca.pt/imgs/programacao/jcm.pdf

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Cinema: Antichrist !




O desdém por aquilo que existe, de uma forma (quase) universal, é sempre problemático, mas se o titulo do mais recente filme de Lars Von Trier vem do nome do livre de Nietzsche o Anticristo, tal facto suporta com maior fervor essa ideia de que, apesar de esse desdém (quase) universal ser problemático, acaba por vezes (tal como acontece no próprio Nietzsche, mesmo que tantas vezes fale sem fundamento, por outras consegue apontar sérios problemas e traços que deviam receber uma outra atenção, mesmo que a causa inicial que despertou tal reparo seja, enfim, esse desdém) dar o seu melhor fruto, o encontro daquilo que há de pior no outro, e Lars Van Trier consegue-o, e o outro é relatado no seu maior esplendor: na brutalidade que o caracteriza, em todas as formas e vias, acima de tudo, essa realidade traduzida em imagem em movimento, tão realista quanto possível.

A maior arte de Von Trier encontra-se naquilo que se poderá considerar a mensagem de Anticristo, e curiosa, ou ironicamente, é aquela que mais tem sido ou mal interpretada ou não interpretada de todo, poucos tem sido os críticos, e publico em geral que tem filtrado aquilo que Von Trier poderá querer dizer, uma vez que das duas uma, ou consideram o filme como chocante ou horrível de todo pelo seu material de maior desconforto ou então como "a film best viewd with reason switched off", quando, este é talvez um dos melhores filmes em que o realizador manifestou o campo do simbólico ou no que toca a uma moral, como exemplo, a raposa que fala que tanto provocou gargalhadas e motivos de galhofa por parte do publico, mas que existe puramente como parte do simbolismo do realizador, continuando na raposa, que esta sirva o gosto de cada um, que se riem ou não, mas não há como refutar que é linear a linha que o realizador começa a traçar desde o inicio do filme, desde aquele todo luto atípico à sua consequência última tipicamente medieval, e é aqui que queria chegar. Este estado atípico, que desencadeia toda a brutal (no seu sentido literal) narrativa, encontra a sua maior ironia quando um luto que é atípico provoca à primeira vista um conjunto de acções e situações que não o são menos atípicas, a verdade é que olhando para os o mundo não cinematográfico, para os títulos de qualquer jornal ou telejornal, seja ele qual for, e o anticristo de Lars Von Trier deixa de parecer tão grotesco, claro que aqui entramos na zona do deserto do real como diria Slavok Zizek, e a verdade é que tantos títulos, disso do grotesco, que tem passado por nós ao longo dos anos (cada vez mais e cada vez com mais regularidade, o que faz surgir a questão, ou estão os media mais dedicados ao assunto ou o próprio assunto se tornou mais popular entre as nossas gentes modernas?) que tal grotesco, tal estado de desconforto passa a ser normal, isto é, pelo menos enquanto este se passa nas letras gordas do jornal, mas Von trier através de algum do expressionismo que caracteriza anticristo, apresenta-nos aquele desconforto que por norma só nos é dado a pensar enquanto algo de outra realidade que não a nossa que é essa do jornal, da televisão e da noticia do outro que não nós, em Anticristo, o desconforto é oferecido na primeira pessoa, tanto psicologicamente como fisicamente e aí encontra-se a poética do realizador e aquela que está a ficar distorcida por se apresentar de uma forma não tão agradável como gostaríamos, assim, em vez de ser lida a narrativa (por tantos considerada confusa) do realizador, é tomada como grotesco se não ridicularizada e como sensacional e com o único mote de proporcionar choque, uma das leituras possíveis, e aquela que pouco tem sido tomada em conta, é que esse grotesco é o culminar do realismo que é Anticristo, o relatar do movimento social moderno, que acima de tudo é isso mesmo, brutalidade traduzida nas suas mais diversas formas, sejam estas emocionais, morais ou económicas, não estou aqui a apontar Anticristo como outro filme de George A. Romero e o seu papel de metáfora enquanto critica à sociedade, não julgo que seja esse o objectivo de Von Trier, mas sim a apresentação de um conto de algo que existe, de algo que pertence no seu todo ao campo do possível, e que se há algo que existe em Anticristo é racionalidade, uma causa efeito de seres que reagem e protegem as suas carências e complexos através da psicose ultima que é essa que é conduzida pelo desespero. Um caso onde os extremos acontecem, e se há algo que se pode afirmar dos dias que correm é que estamos numa era de extremos, por isso mesmo, o choque de Anticristo não é uma peça que necessita de um filtro mas talvez uma chamada de atenção para o filtro para o grotesco que nos circunda.

Para concluir, Mastepiece ou mais uma película de violência gratuita? que se deixe a subjectividade de cada um falar, mas que se tenha em conta que se tomarmos o choque de Anticristo como gratuito, muito mais desta forma moderna de ser deveria ser repensada, caso contrário, a excelência com que o conto de Von Trier se apresenta dá provas que este seja um dos seus maiores produtos artísticos, do som, à imagem, a eloquência e coerência de planos que dão transcendem muito do que têm saído no grande ecrã, muito possivelmente um dos filmes do ano, seja este para uma minoria como dizem uns, seja este, apenas um produto da perversão do realizador dinamarquês.

http://www.imdb.com/title/tt0870984/

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Música: Pucarinho!





O acústico de agora que conta as historias de ontem e de amanhã!

Hoje descobri Pucarinho, e com essa descoberta um alento que não encontrava desde há algum tempo, patriotismos à parte, mas isto de termos cultura, de poder explorar o ser português, à muito que vinha a cair na dúvida no que toca à sua produtividade, hoje mostraram-me que ainda há mais (desculpem-me a expressão, mas porra, há sempre mais!), muito mais a explorar. Primeiro os trovadores de Abril, depois a Banda do Casaco, e hoje: Pucarinho!

Mas não coloquemos Pucarinho apenas como um anão aos ombros desses gigantes outros que cantaram aquilo que nos marca a nós povo descendente de Camões, e não ficaremos demasiado presos ao ser Português, porque até nisso Pucarinho se sabe colocar, mas comecemos do início:

Segundo consta, de amigo que conta a amigo, Pucarinho, ou melhor, Luís Pucarinho, enfiou-se em casa, deixa crescer a barba e com uma mão cheia de amigos que têm em comum música no nome, gravam uma outra mão cheia de excertos que agradam ao ouvido: mesmo ao lado da praça do giraldo, para quem não o sabe, (eu também não o sabia), coração de Évora! Para uns tantos transeuntes e outros que lá estavam por vontade própria, o "Paloma's Spot" é o terraço que presencia a estreia de Pucarinho (Pucarinho que já em outros tempos fora conhecido por um outro excelente projecto http://www.myspace.com/sonsdecamusica Sons de Cá). E assim o árido Alentejo projecta a vontade e as histórias que já cá faltavam ser cantadas, porque os que as contam por aqui, ora ficaram para lá ontem ou então falam de depois e se esquecem que existiu realmente um ontem, e os que restam cedem com facilidade a isso que é uma conversa de novela e de futebol; Pucarinho ergue-se então como um conjunto de rapaziada que trata o folk, o blues, o jazz, isso da música erudita, tudo no mesmo molho de equações musicais, com uma eloquência e simplicidade que surpreende o velho e levita o novo, por uma simples razão, algo que nos é, a todos, o português, o francês, o miúdo do circo ou o empresário do saldanha, que nos é, incrivelmente familiar, e refrescante para os que pensam e os que só querem bailar, meus caros, é com grande gosto que encontro no mesmo molde os trovadores, os da crítica, os do povo, os da valsa e aqueles que sabem fazer musica como gente grande.

A sua formação encontra André Penas na viola de arco, Daniel Meliço na bateria, Luís Pucarinho na Guitarra Clássica e voz, José Silva no Trombone Baixo e Zeps na Guitarra Folk, a acrescentar um timbre que dá gosto receber em casa pela voz de Luis Pucarinho, e uns fraseados no que toca ao sopro e à viola de arco que ora nos lembram que o século XXI já cá está há algum tempo, ora acompanham as excelentes letras num ênfase ao conteúdo nada ingénuo das palavras de Pucarinho. Que mais dizer? O ep está a chegar (com a colaboração de músicos como Afonso Castanheira no contrabaixo e Francisco Andrade no Saxofone Tenor) e é acompanhar o myspace para saber das noticias, entretanto, ora que se vá para a calçada da rua escutar as pombas ao som de Luís e os seus companheiros, que se arme a mesa para o vinho e o jornal e se bata o pé enquanto se cruza a perna, ou então que se dance, porque, Pucarinho oferece bastantes motivos para dançar!


http://www.myspace.com/pucarinho

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Música: Gabriel Ferrandini





O Jazz nos dias que correm apresenta-se em várias formas, umas mais melosas ou outras cheias de ritmos e acentuações, por vezes traduz-se em décadas de metamorfoses ou na historia da musica e do homem, e por outras, nem quer dizer nada. O Jazz, "esse desconhecido", surge-nos durante todo o mês de Fevereiro, num festival bem peculiar ( improvisivel ), de uma forma que o torna menos desconhecido e dá-se a conhecer, para quem assim o (quiser) entender. E entre polémicas, controvérsias, maus olhados e criticas mais ou menos construtivas a esse jazz tão desconhecido, o festival Improvisível traz a Lisboa o difícil de entender para tantos de uma forma bastante saudável: sem exageros e num ambiente caseiro quanto baste (afinal de contas, quem não quer assistir ao jazz rodeado de cds e vinys com alguns dos grandes nomes desse mesmo modo de fazer música?), saliento o exagero por, tantas vezes o experimental, o free jazz, o jazz sem barreiras, o jazz sem conteúdo ( já o vi com tanta roupagem e já lhe deram tanto nome, que, enfim), esse jazz todo que é uma miscelânea musical concentrada num único momento, é apresentado pelo festival Improvisivel de uma forma modesta, dando tempo de antena a cada um dos dois intervenientes da dita noite, e depois a oportunidade de estes se fundirem num duo para findar o concerto. Por um lado temos o facto de serem na sua maioria (julgo) solos e duos praticamente únicos, quem sabe alguns tomarão o gosto e ainda o fazem acontecer de novo; e por outro, o facto de mostrar alguns promissores nomes que não são tão conhecidos como merecem (mesmo que este assunto seja discutível.)

O primeiro dia do festival contou com a presença de Nuno Moita (responsável pela parte electrónica) e Gabriel Ferrandini ( percussão e bateria), ora a razão pela qual estou a estender este texto que seria mais que suficiente enquanto valorização da iniciativa no que toca ao festival, é pura e simplesmente pela surpresa que foi encontrar o monstro que acabou por se mostrar Gabriel Ferrandini. Mas comecemos pelo inicio, primeiro Nuno Moita ofereceu-nos uma viagem, talvez um pouco sóbria em demasia (e porque admito, ainda tenho alguma dificuldade em assistir a um homem atrás do laptop, imóvel, mas é ultrapassável), e não tanto poderosa quanto esperava no que toca ao contraste sonoro e ao potencial que um laptop consegue concentrar em si mesmo, mas isto que não o seja visto negativamente, sinceramente esperava algo mais brusco e acabou por ser um discurso lento mas suficientemente cuidado para embalar a audiência num transe saudável que é aquele de estarmos a ouvir e a sentir que a consciência do que quer que seja, deixa de se sentir, para simplesmente sermos arrastados por aquele fluir de sonoridades que não fazem de todo parte do nosso dia à dia e que ao mesmo tempo se tornam tão familiares. A grande surpresa encontrou-se em Gabriel Ferrandini: sejamos sinceros, a bateria, a percussão, por ser um instrumento(s) de ritmo, pode cair facilmente no caótico, num caótico em demasia. E se esse experimentalismo, que caracteriza o improviso e a ambiência do festival (e isto porque a forma do festival é facilmente identificada com a forma de fazer musica que é o jazz moderno, o jazz livre, o típico conhecido em praça publica como 'o cada um para o seu lado'), é muita das vezes visto como uma desconstrução, um ir contra a maré daquilo que o ouvido espera, Ferrandini surpreende, e no seu solo (e depois no duo com Moita) não só pela estonteante técnica e originalidade, como por uma eloquência que poucas vezes tive a oportunidade de assistir num outro instrumento qualquer mais dado às linhas melódicas. Não só se sentiu que Gabriel estava ali para nos dizer algo, como se sentiu, o seu inicio, o seu teor e o seu fim, passado por interlúdios vários marcados ora por uma agressividade que caminhava de mãos dadas a um brutal controlo de si e do instrumento, como a originalidade de ideias e a forma de as pôr em prática que transcendeu qualquer expectativa. Um nome que com toda a certeza se falará bastante, muito em breve. Não admira que o jovem baterista, aos 23 anos já acompanhe por exemplo o Motim Trio do grande (mas poucas vezes respeitado ou admirado cá dentro neste nosso portugal) Rodrigo Amado.

Bem hajam os jovens músicos, e que mais vezes nos dêem a conhecer esse desconhecido que é o jazz.

http://www.myspace.com/gferrandini

Festivais: Improvisivel II ! Solos & Duos



"Na sua segunda edição, o ciclo Improvisível volta à Trem Azul Jazz Store, em Lisboa, para propôr durante as quintas-feiras do mês de Fevereiro uma série de solos protagonizados por músicos que nunca, ou raramente, tentaram a fórmula antes. Aos solos somam-se duos em que os conceitos e as práticas de cada um se colocam “em relação”. Os motes são a improvisação total e a imprevisibilidade das combinatórias."

4, 11, 18 e 25 de Fevereiro 2010 / 19:30
Trem Azul Jazz Store
5 € / dia

.4 de Fevereiro

Nuno Moita
(electrónica)
Gabriel Ferrandini
(bateria, percussão)


.11 de Fevereiro

Pedro Lopes
(gira-discos, electrónica)
Genoveva Faísca
(voz)



.18 de Fevereiro

Ulrich Mitzlaff
(violoncelo)
Nuno Torres
(saxofone alto)



.25 de Fevereiro

Luís Lopes
(guitarra electrica)
Flak
(guitarra eléctrica)


Co-produção: Granular com Gabriel Ferrandini e Pedro Lopes
Apoio: Trem Azul

http://www.tremazul.com/content/improvisivel-ii-solos-duos

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Teatro: A Mãe, de Brecht





A mãe pode ter muitos nomes, a mãe pode ter muitas caras e pode também fazer muito por nós, ou nós por ela. Em Brecht, a mãe tem a critica social entregue pelos olhos de quem a vê. A mãe tem o nome da mãe Rússia, tem o nome da revolução, tem o nome da luta, tem o nome do todo que faz a luta, tem o nome dos operários, dos actores, dos encenadores, tem o nome do público. A mãe transporta-nos para o mundo utópico onde durante o tempo em que decorre a peça, todos nós, sem excepção, nos encontra-mos e fundimo-nos com a impossibilidade do todo possível que representa a Mãe.

Joaquim Benite é o nome que está por de traz da enorme produção que é A Mãe, enorme num único sentido, a sobriedade com que a peça se apresenta, concretiza-se num trabalho bem talhado, não tendencioso, em que através de uma incrível simplicidade, do som ao cenário, é eficaz em todos os campos que se propõe alcançar desde o primeiro segundo da peça.

Há três pontos que alcançam alguma excelência, a musicalidade, a mensagem, e a obvia excelente prestação dos actores. A musicalidade, está suficiente, e isso é um óptimo valor, uma vez que não se perde em arranjos demasiado elaborados, mas sim de uma forma concisa acompanha a narrativa sempre que a música é necessária, com a ambiência quente e dançável russa a contrastar com a frieza e seriedade do toque marchante que a cobre, numa boa interpretação por acordeão, trompete e tarola. As músicas cantadas, tirando uma ou outra vez em que se nota que as vozes se conhecem como interpretes e não como tenores ou sopranos, também não entra em exageros e consegue sempre dar o toque final necessário e suficiente, suave e eficaz, a toda uma linha de raciocínio que vinha a ser construída anteriormente. Isto leva-nos possivelmente ao factor mais importante de toda a peça, a mensagem.
Bertolt Brecht escreve a peça Die Mutter em 1931, infelizmente só em 1951 é que viria a dirigi-la dado ao seu exílio politico, com isto, a sua relação politica é mais que obvia e também o é o seu conhecimento do escritor e activista russo Máximo Gorki. E Die Mutter, A Mãe, não é nada mais nada menos que o observar do caminho ideológico que defende o operário, visto na primeira pessoa, apelando à clareza dos factos, e de quem a assiste. Há duas coisas a apontar ao texto de Bretch e à própria interpretação pela companhia de teatro de Almada (e da, entre grandes outros, incansável Teresa Gafeira): por um lado não há dramatismos exagerados (como já mencionara antes, a peça caracteriza-se por uma enorme sobriedade, que lhe assenta na perfeição), a peça está longe de fugir para o sensacionalismo para conseguir a atenção de quem a assiste, muito antes pelo contrário. Tal como não tem dramatismos em demasia, em altura alguma é tendenciosa, esta combinação, resulta numa abordagem (tantas vezes, fazendo lembrar os famosos diálogos Socráticos) que ao mesmo tempo que dá o todo o à vontade para o público se identificar ou não com as personagens e por aquilo que estas sofrem ou deixam de sofrer, dá a oportunidade de assistir ao construir do caminho ideológico, com os seus prós e contras, e essa mesma ideologia a nú de e para quem a se deixa estar disponível para a analisar e posteriormente, caso ache que o deve, como acontece com a mãe que a acaba por aceita-le e dedicar a vida a essa mesma ideologia, defensora dos seus direitos, através do motor não das maquinas, mas sim daquele que faz toda a narrativa se desenvolver, a razão.

A Mãe transporta-nos para uma analise social com um século de existência que se adequa sem qualquer falha aos dias de hoje. Para todos os que não a conhecem, ou que julgam conhecer, o estado da Rússia no inicio do século XX, na perspectiva de quem a viveu realmente. Um apelo não a um clube, mas à razão, à clareza e aos direitos a que todos os seres têm, realmente direito. Numa postura séria e com respeito pelo o outro, a companhia do Teatro Municipal de Almada apresenta uma das mais importantes obras de Brecht, a politica ditada nos pontos onde todos julgam que esta não lá está presente ou já disse tudo o que tinha a dizer. A luta por deixar que esta se dite.

de 6 de Janeiro a 31 de Janeiro de 2010
Qua a sáb às 21h30 / Dom às 16h00
contacto para venda de bilhetes e reservas bilheteira@ctalmada.pt

http://www.ctalmada.pt/

Encenação Joquim Benite - Tradução da peça e das letras das canções Yvette K. Centeno, Teresa Balté - Direcção musical Fernando Fontes - Voz e elocução Luís Madureira - Cenário Jean-Guy Lecat - Figurinos Sónia Benite e Ana Rita Fernandes - Desenho de luz José Carlos Nascimento - Assistente de encenação Rodrigo Francisco - Intérpretes Alberto Quaresma, André Albuquerque, Carlos Gonçalves, Carlos Santos, Celestino Silva, Daniel Fialho, Laura Barbeiro, Luzia Paramés, Manuel Mendonça, Marco Trindade, Marques d’Arede, Miguel Martins, Paulo Guerreiro, Paulo Matos, Pedro Walter, Sofia Correia, Teresa Gafeira, Teresa Mónica

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Festivais: Shortcutz, Curtas-Metragens!




"O Shortcutz é um movimento internacional de curtas-metragens"

Ou para os mais conservadores, o Shortcutz é (também) um festival de curtas-metragens. Distingue-se dos habituais outros festivais pela dinâmica que envolve todo o projecto. Para aqueles (regra geral, os mais velhos) que se queixavam que a Bica, ou que o Bairro Alto já não é o que era, e a que aquela mística força cultural criada por interessados e pessoas do meio, que tal força já não existia, o Shortcutz surge para mostrar que Lisboa ainda têm muito a dizer.
O formato é bastante simples, semanalmente ( no bar Bicaense ), serão exibidas três curtas-metragens, duas para competição e uma terceira como curta convidada. Aquilo que é um excelente acréscimo ao formato (que já por si só, enquanto mostra de curtas-metragens é de valorizar pela pouca atenção dada às mesmas em Portugal) é que por um lado não se trata apenas de uma passagem de curtas, não se trata de uma passagem estanque. Com o intuito de conseguir as diferentes perspectivas e abordagens possíveis, o Shortcutz inicialmente, como prémio dará aos vencedores mensais a oportunidade da apresentação das curtas premiadas em Nova York e Madrid, posteriormente o formato do Shortcutz Lisboa passará para a cidade nova yorkina e para a capital espanhola, factor este que será uma mais valia com todas as certezas. A possível troca de opiniões, o fluir de uma ligação cultural, cinematográfica que até à data simplesmente não existe. O outro ponto mais que positivo resume-se ao facto de que esta troca de olhares não se limita a uma troca internacional, mas toda a postura do Shortcutz, realizando-se num bar ( e no local, o tanto que a Bica representa), estimula, tal como presenciei na noite de inauguração, a que actores, espectadores, realizadores, produtores, se encontrem num mesmo local, mais que propicio ao feedback, às propostas ou ao simples conhecer do outro, do outro no mesmo meio. Lisboa agradece, e a partir de Março de 2010, Nova York e Madrid também passará a faze-lo.
Um imenso gosto em ver algo de tão produtivo e necessário a surgir, a prova de que é só (realmente) querer, e trabalhar para tal. O cinema português, o ambiente do cinema em português não é um pobre coitado como muitos gostam de o pintar, e a primeira noite do Shortcutz e a óptima afluência foi prova disso mesmo.

Local: Bar Bicaense, Bica ( rua da bica de duarte belo 42 A - Lisboa )
Todas as 3ª Feiras pelas 21h30
(exibição de três curtas-metragens, duas para competição e uma outra como convidada)


Parceiros: Sic Radical - Ficha Técnica: Rogério Ribeiro (Director Executivo), Rui de Brito (Director Executivo e Criativo) - Júri: Cláudia Marques Santos (Jornalista), David Fonseca (Músico), David Rebordão (Realizador), Ivo Canelas (Actor), Miguel Somsen (Jornalista e Crítico de Cinema), Paulo Prazeres (Realizador), Pedro Varela (Realizador), Ricardo Figueira (Argumentista), Rogério Ribeiro (investigador), Rui Aguiar (Fotógrafo), Rui de Brito (Director Criativo e Produtor Executivo)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Exposição: Fantasia Invertida





A pergunta paira no ar: "terá sido um final feliz?"

E é com as palavras da própria artista Barbara Lourenço que apresento uma exposição sobre um outro possível caminho dos contos a que nós todos estamos habituados. Da nossa conhecida Alice a personagens como Pinoquio, saltamos para um mundo onde as maravilhas andam de mãos dadas à perversão e aquele caminho menos tradicional, que na sua maioria, por lá todos caminham, mas esses mesmo todos o gostam de ignorar: quando os contos de fadas passam a ter mais contos e menos fadas. Interpretações à parte, para quem quiser ver o trabalho da artista conceptual, basta dar um salto até Sintra ao espaço reflexo e terá garantidamente a surpresa e a qualidade que se pode esperar quando nos dias de hoje a ilustração atropela-se e é atropelada por novas técnicas, conceitos, formas e meios.


de 9 de Janeiro de 2010 a 1 de Março de 2010
Espaço Reflexo - Sintra ( Av. Heliodoro Salgado nº14, 1º frente 2710 -575 Sintra )

site: http://lemon-gum.blogspot.com/

Cartaz: Yo-Yo-Ma!




Yo-Yo-Ma não é apenas um nome que está relacionado a outros colossos da música como um tal de Philip Glass ou um outro de seu nome Itzhak Perlman, é muito mais, em poucas palavras o virtuosismo de Yo-Yo-Ma resume-se a um dos melhores violoncelistas que a música clássica e toda a história da música e do mundo alguma vez teve a oportunidade de ouvir. Para aqueles que ainda conseguirem correr aos bilhetes, a Fundação Calouste Gulbenkian apresenta, através do seu ciclo de música de câmara 2009/2010, um concerto onde a eloquência que marca o artista irá transportar a capital lisboeta para o transcendente mundo de Yo-Yo-Ma.


Ciclo de música de câmara 2009/2010: Yo-Yo-Ma
dia 28 (domingo) de Fevereiro de 2010 pelas 19:ooh.

Cartaz Teatro: Hannah e Martin




Depois de esgotarem por três dias seguidos, novas apresentações virão! E é aconselhada a reserva, peça que vale muito a pena.

"Sinopse:
Durante os julgamentos de Nuremberga, Hannah Arendt visita Martin Heidegger, seu antigo professor, mentor e amante. Este encontro entre o filósofo convertido ao nazismo e a filósofa judia, depois da guerra, leva-os a reviver o passado. Hannah e Martin é uma peça onde o universo mais íntimo se mistura com a política, a história e a ética, colocando questões pertinentes ao espectador de hoje.
Qual é o poder das ideias e que força encerram os ideais de quem tem poder? Qual é a origem da crueldade? E do amor? E da integridade? Será algum dia possível compreender a natureza humana e as suas motivações?

A encenação de João Lourenço apresenta uma fusão entre a linguagem teatral e a comunicação audiovisual, confrontando o espectador com uma multiplicidade de ângulos e leituras de imagens, ora reais, ora recriadas.

FICHA ARTÍSTICA
Versão João Lourenço | Vera San Payo de Lemos
Dramaturgia Vera San Payo de Lemos
Encenação e Realização Vídeo João Lourenço
Cenário António Casimiro | João Lourenço
Figurinos Maria Gonzaga
Supervisão Audiovisual Aurélio Vasques
Luz Melim Teixeira
Com Ana Padrão | Cátia Ribeiro | Cristovão Campos | Diogo Mesquita | Francisco Pestana | Irene Cruz | Luís Alberto | Maria Ana Bernauer | Rui Mendes


Espectáculos de 4ª a sábado às 21h30 e domingo às 16h

Informações e reservas | 213 880 089 | bilheteira@teatroaberto.com

Preços:
Normal – 15 €
Jovem (até 25 anos) – 7,5 €
Sénior (mais de 65 anos) – 12 €
Cartão de espectador do Teatro Aberto – 10,5 €"

facebook: http://www.facebook.com/event.php?eid=236804048528&ref=nf
site: http://www.teatroaberto.com/ml/hannahemartin.jpg